DESTRINCHANDO O PAULISTANO/CORPORE
Equipe dos Jardins chega à sua terceira semifinal na história da competição
Por Lucas Guanaes
O roteiro, a esta altura do campeonato, já é mais do que conhecido. Após o segundo vice do clube na história do NBB, o Paulistano perdeu algumas peças importantes. Repôs à altura. Logo de cara, no Paulista, faturou o título diante de um Pedrocão lotado. Antecipe o futuro, lema estampado em todos os cantos do Antônio Prado Jr., ganhando ainda mais força após o título da LDB.
Pequena pausa para a eliminação na primeira fase da LDA. Precoce? Talvez. Mas de forma alguma injusta, dado os poderosos adversários na chave.
Eis que chega o grande objetivo da temporada. Foram 22 jogos seguidos com vitória. Melhor desempenho da história do clube e top 3 sequências no NBB CAIXA. Campanha invicta como mandante. Entretanto, perdeu a liderança na última rodada e teve o Cearense pela frente nos playoffs. Jogos duríssimos, até a magistral atuação que calou a maior torcida até então no campeonato.
A trajetória do Paulistano na temporada apenas confirmou as expectativas. O time é um dos mais fortes do Brasil, comandado por um dos melhores técnicos em solo tupiniquim. Muita intensidade, profundidade no elenco, regularidade defensiva e um celeiro/encubadora formidável de talentos no basquete.
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Contudo, eis que na Rua Colômbia, logo após o fim da Rua Augusta, pisará novamente o agora Sendi/Bauru Basket. Algoz na decisão do último campeonato e único time a conseguir vencer em São Paulo nesta temporada. Talvez, simbolicamente, não haja um adversário melhor para coroar uma possível ida novamente aos playoffs do campeonato.
Mas como em toda fase decisiva do Bauru Basket, destrinchamos o adversário jogador por jogador. O próprio Paulistano já foi fruto de análise ano passado, antes das finais. Porém, muita coisa mudou. Em nome e momento. Segue, então, a versão “atualizada” de Gustavo de Conti e companhia.
#2 Yago | 19 anos | 1,76m | Armador
Uma das grandes esperanças do basquete brasileiro. Yago começou a última temporada como terceiro armador, foi a grande surpresa dos playoffs e, com a saída de Arthur Pecos e Georginho do time, divide com Elinho a armação do time, às vezes até atuando juntos por alguns poucos minutos.
Extremamente talentoso, Yago compensa a baixa estatura com muita velocidade e visão de jogo. Começou com poucos minutos no NBB, mas logo cresceu novamente e bateu várias marcas pessoais, inclusive diante do Bauru. Não à toa, credenciou-se ao Draft 2018 da NBA e é figurinha carimbada nas convocações de Petrovic, além de ser o autor de uma das mais belas jogadas da competição.
Números no NBB 10: 8 pontos, 2 rebotes, 3.1 assistências em 15.3 minutos por jogo
#5 Elinho | 28 anos | 1,91m | Armador
Após não ter seu contrato renovado com o Mogi das Cruzes/Helbor, Elinho chegou ao Paulistano sob certa desconfiança. Afinal, não era titular na equipe comandada por Guerrinha e teria que substituir Arthur Pecos e Georginho. Porém, mais uma vez o Paulistano provou que não contrata por números, mas por perfil.
Um dos grandes cérebros do time, encaixou seu jogo perfeitamente na proposta de Gustavinho. Seus números foram praticamente triplicados em relação à temporada anterior. Cadenciando e acelerando a partida quando necessário, Elinho disputou com Gegê assistência a assistência o posto de melhor garçom do ano. Perdeu por pouco, mas ainda está vivo na competição.
Números no NBB 10: 6.3 pontos, 3.3 rebotes e 6.6 assistências em 22.7 minutos por jogo
#11 Fuller | 26 anos | 1,86m | Ala-armador
Único estrangeiro do time, Fuller chegou ao Brasil de maneira discreta, sem tanto alarde. Logo, porém, provou seu valor e, já entrando no clichê, encaixou seu jogo ao esquema do Paulistano. Rápido, incisivo e um bom pontuador, o ala-armador muitas vezes é o grande destaque do time nas partidas. Não teve grandes números contra o Basquete Cearense, mas foi muito importante sem a bola.
Num elenco com uma rotação extremamente intensa, Fuller é o que recebe mais minutos de Gustavinho, prova da confiança do treinador em seu estilo de jogo.
Números no NBB 10: 11.5 pontos, 2.1 rebotes e 1.6 assistências em 23.3 minutos por jogo
#19 Deryk | 23 anos | 1,86m | Ala-armador
Mesma altura, quase a mesma idade e um estilo completamente diferente de Fuller, seu companheiro de posição. Com apenas 23 anos, mas muita bagagem no basquete brasileiro, Deryk ainda se mantém como um dos maiores nomes de sua geração. Nesta temporada, fez por merecer ainda mais tal alcunha.
Apesar de quase sempre sair do banco, Deryk é um dos maiores líderes do elenco e um dos grades favoritos ao prêmio de melhor sexto homem. Conseguiu o grande feito de diminuir 25% do seu tempo em quadra e aumentar os números em relação à última temporada. Apresenta um jogo mais cadenciado e mortal nas bolas de três pontos (39% de acerto), liderando o time em pontos mesmo não estando no quinteto titular.
Números no NBB 10: 12.3 pontos, 2 rebotes e 3.3 assistências em 21.6 minutos por jogo
#7 Jhonatan Luz | 1,97m | 31 anos | Ala
Aos 31 anos, Jhotanan Luz está em sua melhor forma no NBB. É bem verdade que já teve números mais atraentes, principalmente durante sua passagem pelo Franca nos NBBs 5 e 6. Mas com a idade chegou o amadurecimento e, por que não, uma maior qualidade de jogo.
O ala melhorou muito seu jogo defensivo e é ainda mais letal que Deryk nos chutes de longe (43,1% de acerto). Mas o que mais merece destaque é a segurança. Pela primeira vez em sua carreira no NBB CAIXA, ele possui menos de 1 erro por jogo (0,7) de média, a menor marca da equipe dentre os que jogam mais que 11 minutos por partida. Sua regularidade, inclusive, já o levou à seleção brasileira nesta temporada.
Números no NBB 10: 7.7 pontos, 4.7 rebotes e 0.9 assistência em 21.3 minutos por jogo
#13 Alex Doria | 2,03m | 19 anos | Ala
Já está mais do que comprovado que Gustavinho consegue fazer um bom trabalho com jovens talentos. Mas para Alex a concorrência chega a ser desleal. Ainda mais atuante na base do que no profissional, Alex possui poucos minutos em quadra e, assim, pouca produção se comparados aos seus companheiros.
Geralmente entra em quadra quando o jogo já está ganho ou perdido ou, ainda, em substituições pontuais para interromper o ataque adversário, geralmente próximo ao estouro do cronômetro.
Números no NBB 10: 0.7 ponto, 0.7 rebote e 0.1 assistência em 3 minutos por jogo
#33 Eddy | 1,94m | 31 anos | Ala
Dentre os remanescentes da última temporada, Eddy foi o que teve a maior queda. Perdeu quase metade dos seus minutos e, consequentemente, seus números também caíram bastante. Ainda assim, mantém sua importância dentro do elenco e aproveita a rotatividade imposta por Gustavinho para mostrar seus atributos enquanto descansa os companheiros. Contudo, não é o mesmo de temporada anteriores, apesar de ainda poder dar trabalho.
Números no NBB 10: 3.5 pontos, 2.1 rebotes e 0.6 assistência em 10.6 minutos por jogo
#9 Lucas Dias | 2,07m | 22 anos | Ala
Mais uma vez o bauruense de nascimento enfrenta o time de sua cidade nos playoffs. Pela terceira temporada consecutiva, Lucas Dias tenta quebrar o tabu de nunca ter eliminado o Dragão na pós-temporada. Essa é a oportunidade, talvez, em que ele tem o melhor elenco ao seu lado para conseguir tal façanha.
Na última final, sofreu uma séria lesão no jogo 4, que abalou todo o elenco e praticamente sacramentou o título bauruense. Agora, retomou as grandes atuações que o deixaram com a fama de um dos principais alas do país. Líder em eficiência, extremamente técnico e habilidoso para alguém da sua altura, Lucas Dias vai embalado pela grande série contra o Cearense, na qual obteve 16 pontos e 6 rebotes de média.
Números no NBB 10: 11.1 pontos, 4.9 rebotes e 1.6 assistências em 22.8 minutos por jogo
#17 Du Sommer | 2,05m | 23 anos | Pivô
De contestado em Franca a uma das principais peças do início da temporada paulistana, Du Sommer amadureceu muito em São Paulo. Ainda jovem, consegue usar todo seu fôlego para incomodar o adversário, principalmente na defesa, além de guardar seus pontos. Com a chegada de Nesbitt, entretanto, perdeu um pouco de espaço na rotação, mas ainda fica mais de 15 minutos por jogo em quadra.
Números no NBB 10: 5.7 pontos, 3.6 rebotes e 0.4 assistência em 17.7 minutos por jogo
#25 Nesbitt | 2,00m | 27 anos | Pivô
Uma das gratas surpresas desta competição, o pivô bahamense é considerado o principal estrangeiro na posição em solo brasileiro. Extremamente atlético, Nesbitt não é um jogador de grandes firulas. Faz, como se diz, o feijão com arroz, mas o faz muito bem. Possui um grande impacto em quadra, principalmente defensivo, tornando-o uma das peças chaves no elenco do Paulistano. Além de fazer muito bem o trabalho sob a cesta, ainda possui habilidade para abrir e chutar de três pontos.
Números no NBB 10: 8.5 pontos, 6.3 rebotes e 1.5 assistências em 21.6 minutos por jogo
#10 Vitão | 2,02m | 21 anos | Pivô
Vitão foi – e ainda é – um dos grandes nomes da base do Paulistano, fazendo parte do elenco campeão da LDB. Seu bom desempenho o credenciou ao time principal desde a última temporada. Agora, contudo, possui mais que o dobro de minutos.
Apesar de não ser o mais alto dos pivôs, possui muita força física, chuta de três e sempre muda a cara do time quando entra em quadra. Foi ganhando mais minutos ao longo do ano e deu muito trabalho contra o próprio Bauru, quando anotou 6 pontos e 10 rebotes no segundo turno.
Números no NBB 10: 4 pontos, 2.4 rebotes e 0.5 assistência em 10.2 minutos por jogo
#77 Guilherme Hubner | 2,09m | 31 anos | Pivô
É até estranho pensar que num elenco vice-campeão e semifinalista na temporada seguinte haja apenas dois jogadores que participaram de todas as edições do NBB CAIXA. No Paulistano, Hubner é um desses caras, ao lado de Eddy. Contudo, diferente do companheiro, mantém a mesma relevância do último ano.
Também é daqueles jogadores em que o impacto não é medido pelos números. É um bom defensor (apesar de um nível abaixo do de Nesbitt) e sempre dá muito trabalho no garrafão no ataque. Possui o recurso do chute de três pontos e, apesar de não o utilizar com frequência (menos de duas vezes por jogo, em média), detém o incrível aproveitamento de 41,1%.
Números no NBB 10: 8 pontos, 4.2 rebotes e 0.7 assistência em 16 minutos por jogo
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