A TEMPORADA DO DRAGÃO
Sendi/Bauru Basket na balança
Apresentamos uma análise da temporada da equipe bauruense, tanto do desempenho coletivo como individual
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes
Passada a eliminação na semifinal do NBB 10 e o abaixar da poeira na semana seguinte, a temporada 2018-19 do Sendi/Bauru Basket já começa a esquentar. Em meio a um mercado que conta com equipes necessitando de lacunas a serem preenchidas, o Dragão se torna alvo de muitas especulações e alguns negócios em potencial. Mas, primeiro, vamos para a história do escrete bauruense na temporada 2017-18.
Ela começou de maneira diferente em comparação com as últimas. Depois de tanto buscar e obter vices seguidamente, o Bauru enfim conquistou o título do NBB 9. Passados os festejos, o Dragão se deparou com uma nova situação: time bastante reformulado com relação àquele que levantara o troféu. Com boa proposta do Vasco, Gui Deodato se rumou para o Rio de Janeiro. Valtinho encerrava a carreira. O cestinha da última edição do nacional, Kendall Anthony, chegou, mas Gegê acertou com o Minas e Bauru optou por valorizar os jovem armadores Stefano e Gui Santos na suplência.
A barca bauruense cresceu com a ida de Léo Meindl e Jefferson para o Sesi/Franca. Porém, a equipe segurou o cobiçado Alex Garcia, renovou com Shilton, apostou em Gabriel Jaú e trouxe Renan Lenz do Pinheiros e Isaac do Franca. Já com o Campeonato Paulista em andamento – embora o Dragão estivesse mandando um elenco alternativo à quadra, sem Alex, Shilton e Anthony – veio o grande anúncio do retorno de Rafael Hettsheimeir.
Outro anúncio que muitos esperavam era a renovação da Gocil Segurança e Serviços, patrocinadora máster, cujo presidente prometeu até mesmo aumentar o valor de investimento após um possível título do NBB, que aconteceu. No final das contas, a Gocil deixou o barco e Bauru precisou ir atrás de outro parceiro. Encontrou isso na Sendi Engenharia – empresa que já era parceira, mas em cota menor.
Com a bola em jogo
Por mais que a quadra tenha sido deixada em segundo plano no início da temporada, havia um Campeonato Paulista para disputar. No primeiro turno da fase de classificação, apenas Renan, Anthony e Isaac, além dos jovens Gui Santos, Stefano, Henrique, Jaú e Maikão atuaram, reforçados por atletas da categoria de base do Dragão. Após um aquecimento dos motores no returno, com a entrada de Shilton, Alex e Hettsheimeir, Bauru foi para os Playoffs.
Nas quartas de final, o Dragão eliminou o Pinheiros por 2 a 0 na melhor de três confrontos. Na fase seguinte, veio o Sesi/Franca. Em uma melhor de cinco, os francanos abriram 2 a 0 em partidas no Pedrocão. Bauru ainda resistiu, vencendo o jogo 3, mas não conseguiu segurar o rival na quarta partida. Ainda que fosse o início da temporada, já existia a preocupação da limitação do elenco bauruense – e as lesões nem tinham sido problema até então.
Para o NBB, desembarcou na Sem Limites o ala-armador Duda Machado. O ala lituano Osvaldas Matulionis também foi uma aquisição, já no decorrer da liga nacional, muito por conta da lesão de Gui Santos. Contudo, o elenco bauruense não era visto como da mesma qualidade que o da temporada anterior. E olha que aquele também era medido como limitado. É aí que entra o quesito unidade presente neste Bauru Basket. O trabalho em conjunto, com a valorização de algumas individualidades, levou o Dragão a fazer valer a resiliência que está presente no DNA do clube.
Apesar de deixar a desejar na fase classificatória e na Liga das Américas, onde caiu antes do Final Four, em derrota para os argentinos Regatas e Estudiantes, o Bauru mostrou muita superação nos Playoffs. Mas não apenas superação moveu o time, teve também muito trabalho, dedicação defensiva e leitura tática apresentada pelo técnico Demétrius Ferracciú e companhia. Tanto que nem mesmo a perda de Alex Garcia, que vinha sendo o destaque da equipe na temporada, fez com que o Dragão perdesse o rumo. Quando mais desfalques Bauru tinha – e teve muitos durante a temporada –, mais atento ao jogo, disciplinado e preciso nas jogadas foi o time.
No final, após cinco jogos e uma bola no aro que não entrou no estouro do cronômetro, Bauru não alcançou a quarta final seguida, caindo para o fortíssimo Paulistano/Corpore. Uma semana depois da eliminação, cá estamos nós, fazendo o balanço da temporada do Dragão.
O estilo mudou
A partir da saída de Hettsheimeir no meio da temporada passada, Demétrius conseguiu ajustar um time com uma defesa fortíssima e o jogo mais cadenciado. Chutes com bastante tempo no cronômetro eram vistos apenas em situações escancaradas de contra-ataque. O estilo de jogo dos armadores Gegê e Valtinho também ajudava nesse quesito. Mais cadenciadores, preferiam o passe ao arremesso.
Com a mudança de quatro titulares da equipe campeã do NBB 9, isso mudou. Apesar do time ficar um pouco menos com a bola, o estilo era mais agressivo. Muito por conta de Kendall Anthony. O cestinha do NBB 9 chegou e teve que se adaptar ao estilo de jogo bauruense. Contudo, ainda manteve a característica de criar seu próprio chute.
A defesa bauruense, ao término da temporada, nem sofreu tantos pontos a mais. Na verdade, os sistemas defensivos de outros times melhoraram – e muito. No NBB 9 o time sofreu, em média, 75.67 pontos por jogo, o melhor número dentre todas as equipes. Já no NBB 10 esse número aumentou para 77.15 pontos por jogo e foi a sexta pior defesa. Porém, o que mais chama a atenção, é o fato de que os mesmos 75.67 pontos sofridos na temporada anterior deixariam o time com apenas a sétima melhor marca defensiva.
No geral, o estilo de jogo de todo o campeonato mudou um pouco. Para se ter uma ideia, o Bauru foi campeão com Shilton no lugar de Hettsheimeir. O pivô cuiabano é aquele tradicional “cincão”, com muita força física, reboteiro, grande noção defensiva, mas praticamente sem recursos quando se afasta do garrafão. Contudo, no jogo 1 da final do NBB 10, entre Mogi e Paulistano, Caio Torres e Huber, os “cincões” dos dois times, ficaram em quadra, respectivamente, apenas 15 e 10 minutos.
Os adversários melhoraram
Também pesa o fato dos demais times conseguirem um upgrade de uma temporada para outra. Mesmo que os resultados não tenham aparecido em alguns casos, os planteis em quadra estavam em outro nível se comparados ao ano anterior. Com exceção do Mogi e do próprio Bauru, todas as equipes do G6 tiveram uma melhora significativa de um ano para o outro.
O Flamengo se livrou de Ricardo Fischer, que não fez uma boa temporada no Rio de Janeiro, e trouxe Cubillan, Arthur Pecos, Rhett e principalmente, Anderson Varejão. Franca conseguiu Leandrinho e, na luta direta pelas primeiras posições, enfraqueceu o rival bauruense tirando Léo Meindl e Jefferson da Cidade Sem Limites, ainda com o acréscimo de Mineiro no garrafão.
O vice-campeão Paulistano, apesar de perder Pecos, Georginho e Renato Carbonari, repôs muito bem suas peças com Elinho, Fuller, Du Sommer e Nesbitt, hoje indispensáveis no esquema de Gustavinho. O Caxias, como todos sabem, saiu da lanterna da competição para um heroico quinto lugar no NBB 10. Cauê Borges, Alex Oliveira, Cauê Verzola e Paranhos foram os destaques.
Até Mogi, que não foi muito ativo na janela de contratações, manteve sua base e melhorou seus números até chegar à inédita final este ano. Apesar de ser a grande decepção da temporada, o Vasco montou um senhor time, ao menos no papel. Por fim, equipes como Minas, Vitória e Basquete Cearense tiveram seus grandes momentos ao longo do ano, não conseguindo voos mais altos por conta da irregularidade em quadra.
Os temidos – e recorrentes – desfalques
Demétrius já foi perguntado sobre isso, já rolou matéria na LE, mas ainda vale ressaltar. Os desfalques foram uma pedra gigantesca no sapato bauruense na temporada. Por mais que, nas palavras do Dema, os jogadores em quadra se doaram mais e mais e foram muito aplicados taticamente, é inegável o peso dos ausentes.
Afinal, das 66 partidas que o time fez na temporada (contando Paulista, LDA e NBB), em 50 havia pelo menos algum desfalque. Além disso, as primeiras rodadas do NBB não puderam ser disputadas em Bauru por conta de eventos ocorridos na temporada anterior. O plantel que iniciou a temporada contou com a chegada de Duda, no início do NBB, e Matulionis, com o primeiro turno quase na metade. Ou seja, com tantos desfalques e mudanças de um ano para o outro, era no mínimo improvável que o time tivesse um padrão de jogo bem definido, atuações regulares, etc.
Prova disso foram alguns apagões que o time sofreu ao longo do ano, que custaram, por exemplo, a eliminação na LDA e perda de posições no NBB.
Mesmo assim…
A temporada não terminou mal para o Sendi/Bauru Basket. Todos os tópicos acima servem para mostrar boa parte dos empecilhos que o time percorreu ao longo do ano. A eliminação para um histórico Paulistano apenas no último lance do jogo 5 das semifinais não pode ser vista, de maneira alguma, como algo negativo.
Tirando a eliminação na LDA após ter o jogo na mão, tudo correu até melhor do que o esperado diante das circunstâncias. O atropelo contra o Vasco, varrida contra Franca e jogo duríssimo contra o CAP foram acima das expectativas. O trabalho realizado por Demétrius, que novamente conseguiu fazer os ajustes necessários e o time cresceu na hora certa, deve ser exaltado. Tanto que, extremamente valorizado após a temporada, terá um salário bem maior – seja em Bauru ou no Flamengo.
Os jogadores também saem cobiçados. Alex e Gui Santos, recuperando-se de lesões permanecem em Bauru, mas os demais ficaram com um status superior ao do início da temporada, especialmente Hettsheimeir e Duda, o cara das bolas impossíveis. Além deles, Maikão e Jaú estão com o nome no Draft da NBA e já foram chamados para o mais importante camp fora dos EUA para serem vistos pelas franquias norte americanas.
E agora?
Ao que tudo indica, pela primeira vez nos últimos dois anos o time vai poder começar uma temporada já com o patrocinador máster definido. Sendi e Bauru Basket já estão acertando os termos para uma renovação e a montagem do time pode ser feita com mais calma, principalmente se Demétrius permanecer em Bauru.
Ainda que o time não seja estelar, como nos últimos anos, um plano de jogo bem definido, um grupo bem formado, sem grandes abalos e acréscimos ao longo do ano deverão manter o Dragão em condições de disputar qualquer título em solo nacional. Resta saber se na próxima temporada o time irá acabar com a sina de ter ao menos uma grande lesão, como ocorreu nos últimos quatro anos.
Individualmente
Apesar da força do coletivo, esmiuçamos nesta parte final o desempenho de cada atleta da rotação bauruense, bem como uma projeção para a próxima temporada.
#0 Kendall Anthony | Armador
A chegada do destaque do Macaé no NBB passado, quando foi o principal pontuador da competição, foi vista com bons olhos, logo após os festejos do título nacional. No entanto, tratava-se de uma mudança importante no funcionamento da equipe, pois apontava um caminho totalmente diferente ao jogo cadenciado apresentado pela dupla Gegê e Valtinho (especialmente o segundo). Defensivamente, o gringo não tinha a mesma qualidade, o que foi mostrado em toda a temporada. Apesar das mudanças e problemas, Anthony conseguiu encaixar no sistema tático, sendo o alívio individual a possíveis dificuldades do jogo coletivo do Dragão.
Muito por isso, foi o terceiro atleta mais importante do Bauru se levarmos a temporada como um todo, ficando atrás apenas de Hettsheimeir e Alex. Em contrapartida, teve um desempenho abaixo de seu tempo no Macaé. Por dividir a responsabilidade com outros jogadores, diminuiu seu tempo de quadra, assim como sua média de pontos foi de 20 em 2016-17 para 13 em 2017-18, não conseguindo compensar em outros quesitos, caindo assim também seu índice de eficiência (18.7 para 12.6). Ainda assim, é um atleta de valor para o Dragão.
#3 Duda Machado | Ala-Armador
A chegada do camisa 3 – vindo de um curto período jogando pelo venezuelano Guaros de Lara – para uma posição que necessitava de reforços foi vista com receio pela torcida. Duda contava com bons momentos na carreira, mas também nunca foi um grande destaque em nível nacional. E o seu desempenho pelo Bauru representou isso, com apresentações memoráveis (indo além da cesta de três milagrosa eternizada contra o Vasco), especialmente nos Playoffs, e outras esquecíveis. No entanto, no final da temporada, o que fica na memória do torcedor bauruense são boas coisas do “melhor Machado do Brasil”.
Taticamente, Duda foi de grande valia, vindo do banco e ajudando na pontuação e armação. Alguns problemas para defender, mas nada que tivesse atrapalhado o Dragão. De negativo, está a tendência para o ala-armador “exagerar na confiança” de vez em quando, segurando a posse em demasia, arriscando alguns arremessos em momentos inoportunos, complicando algumas posses de bola. Porém, da mesma forma que Anthony, após essa temporada, Duda tem valor para o Bauru.
#6 Shilton | Pivô
Um dos remanescentes do elenco campeão do NBB, Shiltão nunca escondeu que não possui muita técnica, que faz o “trabalho sujo” no garrafão, sendo esse seu diferencial. Mas nesta temporada o pivô foi mal até mesmo na função onde se destaca. Estatisticamente, foi a pior temporada do camisa em todos os 10 NBBs em que participou. Por seu desempenho ruim, teve sua minutagem em quadra diminuída, mesmo ficando fora de apenas uma partida do Dragão na liga nacional.
Nos Playoffs contra o Vasco, depois da saída de Renan por lesão, Shilton teve seu grande momento na temporada, também foi relativamente bem contra o Sesi Franca, comprovando o mote de os playoffs serem outra história. Contudo, voltou a deixar a desejar diante do Paulistano. Contra um adversário que utilizava muito o perímetro, o pivô ficou vendido. Além de ir mal na marcação dos homens grandes que iam ao perímetro, ficou mais longe do garrafão e perdeu rebotes defensivos. A qualidade de motivação de grupo é algo positivo para ele, mas pode não ser o suficiente para garantir permanência na Cidade Sem Limites.
#7 Isaac | Ala
De jogador com qualidade na defesa, mas sem uma pegada ofensiva, para nome importante nos Playoffs após a lesão de Alex Garcia. No começo da temporada, Isaac foi a contratação que gerou mais dúvidas para o torcedor. Isso porque o ala nunca foi um destaque nas estatísticas, vindo de um NBB onde passou mais tempo se recuperando de lesão do que em quadra pelo Franca. E ele chegou justamente para suprir a saída de Léo Meindl e Gui Deodato, em uma das posições que mais perdas teve na reconstrução do elenco.
Durante o 2017-18 do Dragão, Isaac mostrou o porquê foi um nome pedido por Alex Garcia. Com bom volume defensivo, ele garantiu qualidade na rotação. Esteve abaixo do radar com relação a pontuação em boa parte dos jogos, mas ainda teve bons momentos no lado em que está menos acostumado a se destacar. Sem falar do fato de ter atuado nos 40 jogos do NBB realizados por Bauru – apenas ele e Jaú estiveram em todas as partidas. Assim como Shilton, o ala cresceu na falta de Alex nos Playoffs, chegou a ser destaque ofensivo contra o Paulistano, anotando 18 pontos no jogo 2 e 22 na quarta partida – decisivo nas duas vitórias da série. Por isso, termina a temporada bem avaliado, como um nome de importância na rotação.
#8 Gui Santos | Ala-Armador
O potencial desse jogador de 21 anos é inegável desde quando subiu ao elenco principal do Dragão, em 2015. Após ir bem na Liga das Américas de 2016, ganharia mais tempo de quadra na temporada seguinte, mas uma lesão no joelho o deixou fora das quadras por oito meses. De volta a fazer o que sabe, foi bem no Campeonato Paulista e seria um elemento interessante na rotação durante o NBB, mas aí veio outra grave lesão, no mesmo joelho, e outra temporada perdida.
Esses dois últimos anos foram pesados para Gui Santos, mas as lesões não tiraram a qualidade do atleta. Bauru tem em mãos um jogador que ainda pode trazer bons resultados, mais uma vez recomeçando sua caminhada na próxima temporada. Que tudo ocorra clinicamente bem para o ala-armador conseguir mostrar seu jogo.
#9 Stefano | Armador
Com a saída de dois armadores e chegada de apenas um, foi clara a opção por dar mais tempo de jogo para o jovem argentino. De fato, os minutos em quadra de Stefano triplicaram com relação à temporada anterior. Ainda assim, faltou alguns aspectos no jogo dele para iniciar uma solidificação de sua importância no elenco. Não dá para negar a qualidade de Stefano, mas o fato dele ser o único armador “clássico do time”, de maior cadência e passador, pesou.
Entre os aspectos que faltaram para o argentino, está um melhor aproveitamento nos arremessos. Como deixa a desejar nas bolas longas e de média distância, as defesas adversárias costumam reforçar a marcação em seus alvos de passe. Com um pouco mais de imprevisibilidade, entre outras coisas que o tempo irá ensiná-lo, pode ser um jogador decisivo, assim como foi no jogo 4 contra o Paulistano. Porém, no momento, é necessário mais um jogador para cadenciar as jogadas.
#10 Alex | Ala
Ainda mais do que na temporada passada, o Brabo fez tudo em quadra: armou, pegou rebote, roubou bola, deu toco, arremessou de três, cravou… O atleta mais eficiente – e mais importante – do Dragão nos dois lados da quadra fazia mais uma grande temporada no alto dos seus 37 anos. Aí, vieram os problemas no joelho. Após romper o ligamento no jogo 1 contra o Vasco, viu o restante do NBB do lado de fora da quadra, encerrando a temporada de forma melancólica.
Mesmo sem ele, Bauru foi longe, mas a questão que fica é: como seria com Alex? Se fizesse o mesmo que apresentou diante dos vascaínos, seria um playoff memorável, digno de concorrer ao prêmio de MVP. Mas pode ter certeza que o Brabo nem quer saber mais disso, bola pra frente. Fato é que a lesão deixa o ala de lado nas especulações do mercado de transferências, possibilitando sua permanência no Dragão, voltando às quadras no final de 2018, ou mesmo apenas no início de 2019.
#12 Renan Lenz | Ala-Pivô
Duas boas temporadas pelo Pinheiros fizeram Bauru ir atrás de Renan, que chegou como principal reforço para o garrafão, substituto de Jefferson. Sua capacidade de atuar dentro e fora da área pintada foi mais uma vez importante, embora suas médias tenham caído, com menos tempo de quadra. Apesar disso, o desempenho do ala-pivô foi de grande valia no decorrer da temporada, devido à qualidade na defesa e boa presença no poder de fogo bauruense.
Nos Playoffs, apresentou crescimento nos dois jogos em que atuou contra o Vasco, até sofrer contusão no músculo adutor e perder o restante da série contra o Cruzmaltino, o Franca e o início contra o Paulistano. Quando voltou, no sacrifício, ajudou na pontuação, mas não foi suficiente. Pelo que mostrou na temporada e pelas possíveis alterações na composição do elenco para as próximas competições – ainda mais com Hettsheimeir ser um nome em alta no mercado, a permanência de Renan precisa ser garantida.
#13 Osvaldas Matulionis | Ala-pivô
O primeiro lituano na história do NBB chegou no decorrer da competição, com um passado desconhecido por aqui. Teria o Bauru acertado em cheio na contratação ou o fato dele vir de uma grane escola europeia de basquete escondeu a furada que o Dragão entrava? No final da temporada, a resposta é inconclusiva. Osvaldo não brilhou o tanto que se esperava por ser um lituano vindo do basquete espanhol. Em compensação, apresentou qualidade na defesa e teve alguns jogos onde apresentou um gatilho afiado.
O problema de Matulionis foi a inconsistência. Muitos foram os casos em que, após uma grande apresentação, o ala-pivô ia mal no jogo seguinte, e no outro, para melhorar um pouco em seguida. Nos Playoffs, permaneceu deixando a desejar no ataque, com um desempenho ruim no perímetro. É o primeiro nome certo que não jogará pelo time na próxima temporada.
#18 Maikão | Pivô
Maikão sempre foi uma das maiores promessas da base bauruense. Após um grande Campeonato Paulista em 2016, perdeu espaço no NBB 9 e, aos poucos, foi ganhando seus minutos na rotação do time. Contudo, ainda como a quarta opção do garrafão do Dragão, não atuou em alguns jogos por opção de Demétrius, enquanto sofreu com lesões em outros.
O pivô teve um bom trabalho em algumas partidas, principalmente na LDA, mas diferente da última temporada, as principais notícias envolvendo Maikão não envolviam o jogo dentro das quatro linhas. Às vésperas do jogo 4 contra o Vasco, seu contrato de base teve fim. Ele assinou o contrato profissional, mas foi impedido de jogar por seu pai e seu agente. Fora do time desde então, Maikão está inscrito no Draft da NBA e fará parte de um camp na Itália. Se não for draftado, Maikão precisará, legalmente, jogar pelo Bauru (ou deixar o time após uma indenização).
#25 Gabriel Jaú | Ala-Pivô
Jaú foi praticamente o cara dos playoffs da campanha bauruense campeã do NBB. Por conta disso, iniciou a temporada não como um atleta vindo da base, mas sim completamente integrado entre os profissionais e a rotação bauruense. Seus minutos mais que duplicaram e suas médias ficaram próximas da mesma marca.
Ainda que possa ter errado em algumas tomadas de decisões ofensivas, Jaú foi importantíssimo na temporada bauruense. Explosivo, com enterradas que levantaram o torcedor, segurou a bronca em diversos momentos quando os companheiros de garrafão foram desfalque. Também, ajustou seu jogo para atuar como ala em vários jogos, dando ao Bauru uma formação mais alta. Por fim, e não menos importante, foi crucial no sistema defensivo, que vem se mostrando sua maior qualidade (colocar texto do vini no TD do Bauru contra Franca). Também está no Draft da NBA e fará o mesmo camp que Maikão e Yago. Já declarou em entrevistas que, se não for chamado, continuará no Bauru.
#30 Hettsheimeir | Pivô
A grande contratação da temporada, Hettsheimeir demorou um pouco para engrenar novamente. Suas primeiras atuações nesta segunda passagem pelo Dragão foram aquém do esperado. Com o passar dos jogos, contudo, Hett passou a mostrar o basquete dominante que o transformou num dos melhores – se não o melhor – pivô em solo nacional.
Antes dos playoffs, os números não eram os mesmos da temporada anterior, quando era um dos maiores candidatos a MVP antes de deixar o Brasil. Mesmo assim, foi peça fundamental, como não poderia ser diferente. Com a lesão de Alex nos playoffs, Hett assumiu de vez o protagonismo bauruense e foi o grande líder do time na reta final do torneio. Teve quatro duplos-duplos nos últimos oito jogos e era sempre o grande alvo das defesas adversárias. Terminou o NBB 10 extremamente valorizado e é assediado por vários times.
Demétrius Ferracciú | Treinador
Alex, Hettsheimeir, Duda, Jaú, Anthony. Todos tiveram seus momentos de destaque ao longo da temporada. Mas no final das contas, ainda mais considerando a maneira como o elenco se desgastou nas últimas duas temporadas, o grande nome do time foi Demétrius Ferracciú. O treinador mais uma vez sofreu com lesões, saída de atletas e todo tipo de infortúnio ao longo do ano. Contudo, mais uma vez montou um time extremamente competitivo e que deu muito trabalho, ficando a literalmente uma bola de levar o Bauru à quarta final seguida.
Consolidado no basquete nacional como um dos maiores treinadores de sua geração, Dema tem um valor inestimável ao Bauru. Porém, extremamente valorizado, recebeu uma grande oferta do Flamengo, com a qual o Dragão não podia competir. Pesou o lado da família, do bom relacionamento com a cidade, torcida e diretoria. Dema declinou da proposta carioca e segue no Bauru.
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