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Novidades de fim de ano do Sendi/Bauru Basket
Por Fabio Toledo
Nações Unidas, 14-78. Este é o novo endereço da sede administrativa do Sendi/Bauru Basket, inaugurada na última quarta-feira. O espaço conta com a área de trabalho do setor administrativo e da assessoria de imprensa do Bauru, sala de reunião e de vídeo (para a comissão técnica apresentar filmes de jogos aos atletas), além de uma sala de troféus, com todas as conquistas da equipe bauruense – destaque para o mural onde o título do NBB está localizado.
Além do novo local, o Sendi/Bauru aproveitou o momento para apresentar o novo gestor do time, Vanderlei Mazzuchini, e o balanço dos dois anos de mandato do presidente Beto Fornazari até o final deste ano. Sobre esses dois tópicos vamos aprofundar a seguir.
Balanço
Em cerca de meia hora, Fornazari fez uma apresentação com relação a como estava o Bauru Basket quando ele assumiu a presidência em comparação com o que a equipe possui. Nos mais variados aspectos (financeiro, trabalhista, comercial, de dia de jogo), o presidente do Dragão mostrou os avanços de sua administração.
A ação de abrir as finanças e alguns detalhes do clube foi motivado, segundo Beto, pelo senso de propriedade que o torcedor desenvolveu sobre o Bauru, um patrimônio esportivo da Cidade Sem Limites. “Isso conquistamos com os nossos títulos, temos uma cidade que gosta muito da equipe e acho que todos são merecedores de terem informações de como anda o clube. Então, mostramos aqui como está a situação do Bauru Basket fora da quadra, em relação a estrutura, projetos, financeiro, é importante que todos conheçam e tenham orgulho de torcer para um clube que tem as dívidas sanadas, com tudo em dia e conquistando cada vez mais uma estrutura de acordo com nosso time”.
Um dos momentos complicados de seu mandato foi o da saída do pivô Michael Uchendu, o Maikão, que, ao completar 20 anos, ele, o pai e o agente não aceitaram o contrato de atleta do adulto proposto pelo clube. Como Maikão teria, por lei, a obrigação de fazer esse primeiro contrato com o clube formador, ficou impedido de atuar no Brasil. Contudo, em agosto, acertou com o Obradoiro, da Espanha, e teve sua transferência chancelada pela FIBA. Desde então, o Bauru busca ser ressarcido.
Pelo que aponta Beto, essa questão ainda tem muito a se desenrolar. “Nós entramos com uma ação na FIBA. No primeiro julgamento, a FIBA negou nosso pedido de ressarcimento, recorremos e isso está andando por lá. Temos mais duas esferas e vou até o final, porque quero ter uma jurisprudência da Federação em relação ao que ela pensa sobre a legislação brasileira”, disse o presidente.
Base e projeto social
Na época da saída de Maikão, o Bauru Basket chegou a afirmar em nota que encerraria suas categorias de base pela falta de apoio por parte das federações, responsáveis pelo cumprimento das normas apresentadas nas leis e na organização de competições para os atletas em formação. Porém, isso não passou do calor do momento. Ainda assim, existe uma mudança na forma de trabalho das categorias de base, uma vez que ela conta nos últimos anos com cada vez mais jogadores locais.
Dessa forma, a ideia da base bauruense seria relacionar o caráter formador de atletas com o desenvolvimento da cultura do basquete na cidade, ainda dando oportunidades para o surgimento de novas caras para o esporte local. “Bauru tem um celeiro de garotos, com os projetos da Suzete e da Luso também. Temos uma estrutura garantida para manter a base por pelo menos mais dois anos. A gente continua o trabalho, mas de uma forma mais tranquila com relação a formação de jogadores”, observou Fornazari.
Outra parte apresentada na prestação de contas foi o anúncio de um projeto social criado pelo próprio Bauru Basket envolvendo crianças da cidade. “A gente entrou em um projeto social com o vôlei, que era o Corrente da Vida, mas ele não foi pra frente. O Bauru Basket era apenas um parceiro, mas acho que agora é o momento de ter um projeto nosso. Temos o recurso, vamos começar em 2019, pelo menos com umas 100 crianças, e é incrível como ele já atraiu empresas pra parcerias. É um projeto que está com o planejamento estruturado e, quando começar, não vai parar mais”, finaliza Beto.
Novo gestor
Quando foi anunciado o nome de Vanderlei Mazzuchini como substituto de Vitor Jacob na função de gestor do Bauru Basket, as reações foram mistas. Uns lembravam sua passagem vitoriosa como atleta do então Tilibra/Copimax e o fato dele ser conhecedor tanto de basquete como da torcida bauruense. Já outros reviveram a passagem de Vanderlei como diretor-técnico de seleções da CBB na gestão Carlos Nunes, marcada negativamente por, entre outras coisas, suspensão do basquete brasileiro de competições nacionais.
Depois da saída da CBB, em 2016, Vanderlei foi gestor do Vôlei Bauru, teve curta passagem na diretoria do Noroeste e, nos últimos meses, era o secretário de esportes de Bauru, cargo que ele segue ocupando até o final do ano. Ele assume de vez a gestão do Bauru Basket em janeiro, mas já participou de alguns momentos do dia a dia do clube. “Pedi licença pros jogadores e pra comissão técnica pra poder entrar no vestiário. A entrada no meio de uma competição nunca é fácil. Estou entrando pra somar. Não vou poder entrar em quadra, até porque isso não vai fazer falta, mas vou fazer o máximo”, declarou Vanderlei.
Em seu discurso de apresentação, ele também apontou que não vê este retorno ao basquete como um desafio, mas uma oportunidade, tanto por trabalhar com um bom elenco, como por ser mais uma oportunidade no esporte, depois de sua passagem pela CBB. “Foram oito anos na Confederação Brasileira de Basquete e saí de lá depois dos Jogos Olímpicos de 2016 com um gosto amargo, mas com o dever cumprido. Algumas pessoas passaram comigo por todo esse processo na CBB e, mesmo com todas as dificuldades financeiras que a CBB vivia, não faltou absolutamente nada, tanto para a comissão técnica como para os atletas”.
Questionado pela reportagem sobre as críticas da mídia especializada que ainda recebe por seu trabalho na confederação e agora por voltar ao basquete, Vanderlei comentou: “Tem muita pouca gente que sabe de basquete e fala de basquete. Eu fui dirigente da CBB em oito anos, com duas Olimpíadas e dois Mundiais, a minha função era dar condições para a comissão técnica e para os atletas. Nos oito anos, quando falamos em grandes competições, não acredito que teve nenhum desastre. Ficar entre os dez do mundo não vejo como desastre. Teve sim uma competição que fomos muito mal, que foi a Copa América de 2013, porém os outros resultados foram dentro de uma previsão do basquete que o país está fazendo”.
Erros ou acertos à parte, o novo gestor do Sendi/Bauru Basket se diz mais preparado para assumir a função de gestor neste momento. “Depois de dois anos podendo digerir tudo que a gente fez de certo e errado na CBB, aprendi muito e hoje me sinto muito mais capaz. Então, tenho certeza que vou contribuir e, óbvio, torcer pra ganhar jogos. Se a gente ganhar, tá certo, se perder, tá errado. Já estamos acostumados com tudo isso e vamos fazer de tudo para o Bauru voltar a trilhar o caminho da vitória”.
O próximo compromisso do Bauru em quadra será no dia 09 (quarta-feira), no Rio de Janeiro, com o Dragão encarando o Vasco da Gama, às 20h.
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