Quais os atletas que jogaram por mais franquias na NBA?
No topo da lista estão empatados quatro atletas, todos já aposentados
Por Lucas Guanaes
A fase regular da atual temporada da NBA já está chegando ao fim. Das 30 franquias concorrentes ao título, 16 se degladiarão nos playoffs, enquanto outras 14 já começam o planejamento para a próxima temporada. Nisso, várias trocas e negociações entrarão nos assuntos dos fãs de basquete. E sempre existe aquele jogador que está presente em inúmeros rumores, com inúmeros times, não? A impressão que passa é a de que ele já passou por quase todas as franquias possíveis.
Mas você sabe qual (ou quais) o jogador que atuou pelo maior número de equipes na Liga? Pois bem, não existe um único atleta na “liderança”, mas sim um empate quádruplo. Em comum está o fato de que todos iniciaram suas carreiras nos anos 90 e já não estão mais em atividade. O número de camisas? Doze.
Chucky Brown – ala-pivô

Foto: Getty Images
O ala-pivô de 2,01m foi a 43ª escolha do Draft de 1989. A posição relativamente baixa, no entanto, não impediu o americano de passar por inúmeras franquias na NBA, principalmente na metade da década de 90, quando foi campeão pelo Houston Rockets. Iniciou sua carreira no Cleveland Cavaliers.
Vindo de North Carolina, o ainda jovem Chucky Brown, apesar de não ter médias grandiosas, foi titular em mais da metade dos 149 jogos que disputou em sua primeira passagem por Ohio. No entanto, foi dispensado em 1991. Três dias depois, foi contratado pelo Lakers, onde não fez uma boa campanha. Menos de 40 jogos depois, foi novamente dispensado e rumou para a Itália, onde atuou pelo Pallacanestro Firenze.
Já no ano seguinte, assinou com o New Jersey Nets (atual Brooklyn Nets), mas também não jogou muito bem. Na outra temporada foi para o Dallas Mavericks. No entanto, realizou apenas um jogo pela franquia texana, sendo dispensado em seguida. Sem novas ofertas na NBA, rumou para a CBA, até ser contratado pelo Houston Rockets em 1994.

Foto: Getty Images
Pela outra franquia do Texas, Brown teve seu melhor momento na carreira, com maior tempo de jogo e suas maiores médias. Era peça constante na rotação da equipe que levou o anel de campeão em 1994/95 e foi titular na temporada seguinte, fazendo dupla com ninguém menos que Hakeem Olajuwon.
Mas uma troca pelo astro Charles Barkley em 96 fez com que Chuck terminasse em Phoenix. Por lá, atuou poucas vezes até ser novamente trocado, dessa vez com o Milwaukee Bucks. Um ano depois, foi contratado pelo Atlanta Hawks. Já na virada do milênio, voltou a ter bons momentos vestindo a camisa do Charlotte Hornets. Porém, sem ter seu contrato renovado, viu a carreira entrar em declínio.
Assinou um contrato de 10 dias com o Golden State Warriors antes de retornar à Cleveland, onde iniciara sua carreira na NBA. Novamente sem se firmar, ainda foi contratado pelo Sacramento Kings em 2002, quando encerrou sua trajetória no basquete discretamente, sem ser titular em sequer uma partida na Califórnia.
Médias da carreira: 5,9 pontos, 3,1 rebotes e 0,8 assistências.
Jim Jackson – ala

Fotot: Tim DeFrisco/Allsport
Os feitos de Jim Jackson no basquete iniciaram antes mesmo da NBA. Embora draftado apenas em 1992, o ala já havia ganho a medalha de bronze nos Jogos Panamericanos de 1991, disputados em Havana, Cuba. Na NBA, no entanto, diferentemente de Chuck Brown, Jim possuía uma grande expectativa em seus ombros. Afinal, foi a 4ª escolha do draft, recrutado pelo Dallas Mavericks. Suas atuações foram convincentes na primeira metade da carreira, mas o atleta sofreu com inúmeras lesões, o que prejudicou muito seu crescimento na liga.
Juntamente com Jason Mashburn e Jason Kidd, draftados nas temporadas seguintes, o trio era chamado de “Triple J Ranch”. As atuações individuais, no entanto, não livraram a franquia de fracas campanhas na década de 90. Em 94/95, foi o 5° maior pontuador da Liga, mas uma lesão no tornozelo, aliada a uma suposta briga com Jason Kidd foram suficientes para que o ala fosse trocado com o Nets.
Em Nova York teve boas atuações, mas foi novamente trocado após apenas uma temporada, indo dessa vez para o 76ers. O problema da equipe da Philadelphia era a sua importância no elenco. Sempre à sombra de Allen Iverson, viu seus minutos diminuírem e suas intensas reclamações sobre isso o fizeram ser mais uma vez trocado, agora com o Golden State.
Porém, cansado de atuar em equipes que não disputavam títulos, forçou uma troca para o Portland Trail Blazers, que vinha com uma grande expectativa para a temporada 98/99. A equipe chegaria às finais da conferência, mas sem grande influência de Jackson. Isso porque novas lesões e mais polêmicas acerca do seu comportamento extra-quadra voltaram à tona, fazendo com que tivesse suas piores médias na carreira até então.
Foi trocado com o Atlanta Hawks, mas novamente demonstrou descontentamento com as fracas atuações da equipe. Apenas 14 jogos depois, rumou para Cleveland, onde foi bem individualmente, mas passou longe de disputar alguma coisa na Liga. Sem uma oferta para renovar o contrato, ficou as primeira semanas da temporada 2001/02 sem time.

Foto: bleacherreport.com
Acabou sendo contratado pelo Miami Heat, que sofria com lesões de seus principais jogadores. Porém, mesmo com espaço no elenco, Jackson não replicou os bons números de outrora e a carreira entrou em declínio de vez. Antes de se aposentar, em 2005/06, atuou pelo Kings, Rockets, Hornets, Suns e, por último, nos Lakers, onde foi o último atleta a utilizar a camisa 24 antes de Kobe Bryant.
Médias da carreira: 14,3 pontos, 4,3 rebotes e 3,2 assistências.
Tony Massenburg – pivô

Foto: Divulgação
Outro que teve a carreira prejudicada por lesões. Mas a situação de Tony, no entanto, pode ser até considerada um pouco mais grave que a de Jim Jackson, uma vez que as lesões apareceram bem no início de sua trajetória na NBA. Além disso, ele é o que possui mais passagens por franquias nas quais realizou menos de 15 jogos nesta lista.
Sendo a 43ª escolha do Draft de 1990, assinou como o Spurs, mas não obteve muito destaque no Texas. Jogava, em média, menos de 5 minutos por jogo lá. O jovem pivô, então, sofreu sua primeira lesão e foi realizar o tratamento na Itália, onde atuou pelo Pallacanestro Reggiana. De volta à NBA, deu início a uma curiosa sequência.
Jogou uma partida pelo Spurs e foi trocado com o Hornets. Em Charlotte, entrou em quadra três vezes e foi trocado com o Celtics. Por lá, jogou sete partidas e terminou no Warrios, onde também jogou apenas sete jogos. Assim, Tony fechou a temporada com apenas 18 jogos, 90 minutos em quadra e quatro franquias na conta.
Sem espaço na NBA, rumou para a Espanha, onde fez muito sucesso com as camisas do Unicaja-Mayoral e do Barcelona. Voltou para a Liga americana com a alcunha de campeão espanhol e um dos melhores jogadores da Liga ACB. O destino foi o Clippers, em 1994/95, na temporada em que o pivô mais atuou: 80 jogos, sendo 50 como titular.

Foto: Al Bello/Allsport
De lá, rumou para o Toronto Raptors, depois para o 76ers, tudo no mesmo ano. Quando saiu do Philadelphia, ao final da temporada, foi para o Nets, onde teve mais regularidade. Não serviu, no entanto, para garantir uma renovação. Foi trocado com o Vancouver Grizzlies (atual Memphis Grizzlies), franquia na qual passou mais tempo na NBA. Foram quatro temporadas entre Vancouver e Memphis, com uma breve passagem pelo Rockets, quando realizou apenas dez jogos antes de voltar ao Canadá.
Já em 2001/02, jogou pelo Utah Jazz e, na temporada seguinte, pelo Sacramento Kings. Retornou ao Spurs em 2003/04, onde foi campeão da NBA em 2005 e peça importante na rotação, com mais de dez minutos de média por jogo. Infelizmente, após o título, Tony sofreu um grave acidente automobilístico, que o retirou da NBA por dois anos. Ainda foi contratado pelo Wizards em 2008, mas acabou dispensado antes mesmo do início da temporada.
Sem espaço na NBA, terminou a carreira no Capitanes de Arecibo, de Porto Rico.
Médias da carreira: 6,2 pontos, 4,3 rebotes e 0,4 assistências.
Joe Smith – pivô

Foto: Getty Images
Foi o atleta que mais atuou (1.030 jogos), além de ser o que se aposentou mais recentemente, em 2011. Smith foi a primeira escolha do Draft de 1995, superando nomes como Kevin Garnett, Rasheed Wallace e Arvydas Sabonis. Escolhido pelo Warriors, foi titular em todos os jogos em suas primeiras duas temporadas na NBA, além de ser escolhido para o NBA First Rookie Team e ficar em 3° lugar no prêmio Rookie of The Year.
O pivô, nascido em Virginia, expressou seu desejo em voltar para a Costa Leste e o Warriors concordou. Mandou o atleta para o 76ers, onde ele atuou com Jim Jackson, também presente nesta lista, em 1997. Estatisticamente falando, porém, a troca não foi nada boa. Em momento algum da carreira Joe Smith repetiu os números de seus primeiros dois anos e meio em Oakland.
Já como agente livre, assinou com o Minnesota, fazendo uma potente dupla de garrafão com Kevin Garnett. Em 2000, no entanto, acabou envolvido em um escândalo salarial e foi dispensado do Wolves. Foi para o Pistons, onde voltou a ter boas atuações, mas retornou ao Minnesota ao fim da temporada, por mais dois anos.
Passou, em seguida, três anos no Milwaukee Bucks, sendo novamente titular. Foi trocado duas vezes em 2006: primeiro com o Nuggets, onde atuou com Allen Iverson, e depois com o 76ers. Em 2007/08, atuou por duas equipes: Bulls e Cleveland. Na temporada seguinte foi trocado com o Thunder, mas logo retornou ao Cavs.

Foto: Getty Images
Em 2009 foi contratado pelo Atlanta Hawks, última franquia na qual ele passou uma temporada inteira. Por lá, completou 1.000 jogos na NBA, sendo o 92° jogador a conseguir tal marca. Em 2010/11, foi para o Nets, onde atuou apenas quatro jogos. De lá, encerrou a carreira no Lakers, na mesma temporada, com apenas doze partidas realizadas.
Médias na carreira: 10,9 pontos, 6,4 e 1 assistência.
E dos que ainda atuam?
Bem, se formos contar apenas os atletas que ainda estão em atividade, merece destaque Ish Smith, armador do Pistons, com 10 franquias diferentes na carreira, isso tudo em apenas sete temporadas. Porém, parece que o armador finalmente achou seu lugar, já que atuou mais por Detroit do que por qualquer outra equipe, além de ter as melhores médias de sua carreira até então.
Logo atrás dele vêm Matt Barnes (Warriors), Shaun Livingston (Warriors), Steve Novak (Bucks) e Anthony Tolliver (Kings), cada um com 9 franquias diferentes na carreira.
Leave a comment