MERCADÃO DE VERÃO DO NBB
Por Fabio Toledo e Lucas Guanaes
Praticamente metade do NBB CAIXA já ficou para trás. A esta altura do campeonato, as equipes já têm seus objetivos, pontos fortes e fracos mais do que definidos e, assim, realizam ajustes finos para uma boa segunda metade da temporada. Por isso, a LE mais uma vez inova na cobertura do NBB e trás para vocês o Mercadão de Verão. A versão mais simplificada do já tradicional Mercadão do NBB contará com avaliação dos times e as mudanças feitas pelos mesmos. Lembrando que as novas aquisições devem ser feitas até 14 de dezembro, um dia antes do fim do primeiro turno, como define o regulamento do campeonato.
Basquete Cearense
A única equipe representante do Nordeste na atual temporada amarga a última posição do campeonato. Após inúmeras dificuldades financeiras para dar início na montagem do elenco, o resultado final não ficou ruim. Afinal, Dontrell Brite, Alex, Rashaun, Felipe e Douglas Kurtz, um dos atletas com a maior evolução da temporada, são nomes reconhecidos e encaixariam em praticamente qualquer equipe do Brasil. O problema é que o cobertor era curto. Fiorotto mal voltou e lesionou-se novamente, bem como Sualisson. Cobb, por sua vez, não teve o mesmo destaque da Liga Ouro.
Para janeiro, a equipe trouxe de volta o ala Victor Gusmão, com boa passagem pela equipe em anos anteriores, e Pezão, ala/pivô que atuou pelo Londrina na última Liga Ouro. Além disso, Paulinho Boracini e Sualisson devem voltar para ajudar a equipe na reta final, brigando contra o rebaixamento e pelas últimas vagas dos playoffs.
Mudanças no time: chegada de Victor Gusmão (ala) e Pezão (ala/pivô).
Sendi/Bauru Basket
Na cartinha para o Papai Noel, a equipe bauruense tem apenas um desejo de Natal: o fim das lesões. Um dos mais qualificados – e numerosos – elencos do campeonato está apenas na 11ª posição. Muito por causa disso está na conta do exaustivo calendário (média de um jogo a cada 2,3 dias entre o início do NBB e fim da semifinal da Liga Sul-Americana) e as inúmeras lesões. Apenas Lucão, Marcão e Enzo Ruiz ficaram incólumes de passagens pelo departamento médico ou recuperação física.
A partir de janeiro, contudo, apenas Jaú ainda estará longe do time (deve voltar em fevereiro). Todos os outros estarão à disposição de Demétrius, que poderá, enfim, treinar a equipe como deseja e ir com força máxima contra os adversários. Pelo fato de Jaú desejar atuar mais como ala nesta temporada, para atender aos anseios da NBA, o clube sondou alguns estrangeiros, mas as negociações esfriaram. Contudo, uma surpresa atingiu o time: o ala/armador Gui Santos pediu dispensa e não faz mais parte da equipe.
Outra mudança no Dragão ocorreu na diretoria: o presidente Beto Fornazari dispensou Vitinho Jacob, colocando Vanderlei Mazzuchini em seu lugar. A justificativa apresentada foi incompatibilidade de pensamento.
Mudanças no time: Saída de Gui Santos (ala/armador).
Botafogo
Mesmo com o acréscimo no investimento em relação à última temporada, imaginar o Botafogo na quinta posição próximo ao fim do primeiro turno poderia ser considerado otimista demais. Contudo, é lá que a equipe está. A campanha, amparada nas boas atuações de Cauê Borges, Jamaal, Ansaloni e Arthur Bernardi, auxiliados por outros nomes interessantes do elenco, surpreende, mas fica o desafio de se manter nas primeiras posições e tentar aprontar no Super 8.
Contudo, a equipe teve uma baixa nas últimas rodadas. Murilo Becker, que estava tendo bons jogos, sofreu mais uma lesão e ficará um bom tempo fora. Assim, a diretoria deve trazer algum atleta para reforçar a posição. Segundo o jornalista Felipe Souza, o nome já está certo e será anunciado no dia 20. Boatos dão conta que o reforço será o pivô Douglas Correa, que defendeu a equipe na última temporada. Antes disso, Diego Conceição (ex 3×3) e Jackson (ex LSB) também foram contratados pelo Fogão.
Mudanças no time: Chegadas de Diego Conceição e Jackson (ala).
Universo/Caixa/Brasília
Após algumas boas temporadas em Salvador, a franquia Universo voltou para Brasília, onde venceu o primeiro NBB. Assim como o Basquete Cearense, porém, demorou a montar o elenco, buscando suas principais peças na gringa. Foi justamente de lá que Zach Graham, um dos grandes nomes do campeonato, veio. Rick Sánchez e Graterol completam o trio de estrangeiros, que se juntaram a Nezinho, Arthur, Pedrinho Rava, Andrezão, entre outros.
Mesmo após a lesão de Arthur (que já está de volta, inclusive), o quinteto inicial ainda impõe certo respeito. Contudo, o revezamento prejudica a equipe, uma vez que os atletas vindos do banco geralmente não conseguem manter o nível. Aproveitando a saída de Gui Santos do Bauru Basket, os candangos adquiriram o ala/armador. O foco deve ser a reabilitação no NBB, já com uma equipe mais entrosada, para se manter na elite e, a partir da próxima temporada, alçar voos maiores.
Mudanças no time: Chegada de Gui Santos (ala/armador).
Corinthians
A primeira temporada do Timão na elite está como se esperava. Um quinteto titular teoricamente muito forte e um banco sem tanta profundidade assim. Contudo, a equipe de Bruno Savignani sofreu o duro baque do novo rompimento do LCA sofrido por Ricardo Fischer, um dos principais armadores deste NBB. Assim, a diretoria agiu rápido e já anunciou o talentoso armador urugiaio Luciano Parodi, de 24 anos. Se tal chegada não deverá mudar o patamar do time, também deverá ser o suficiente para suprir a ausência do brasileiro.
Fuller e Giovannoni seguem como os principais nomes do time, bem auxiliados por Aguiar, Teichmann e Douglas Santos, grata revelação do elenco. Shilton, Abner, Nicolas, Gustavinho, Gui Santos e Humberto seguem como coadjuvantes interessantes, que podem ajudar o time a chegar no desejado Super 8. Contudo, ainda não deve ser o suficiente para gerar um grande incômodo na parte de cima da tabela.
Mudanças no time: chegada de Luciano Parodi (armador).
Flamengo
Apesar da vice-liderança do NBB CAIXA, a campanha flamenguista tem sido alvo de algumas críticas por parte de alguns torcedores. Certas derrotas foram um pouco doídas, mas nada que alterasse, contudo, o planejamento da equipe. Afinal, ainda é soberana a nível nacional e, daqui para frente, terá apenas o NBB para se preocupar.
O Flamengo possui um elenco numeroso e com qualidade. Os remanescentes Olivinha, João Vitor, Varejão e, principalmente, Marquinhos, têm dado conta do recado. Jhonatan Luz, Deryk e Nesbitt encaixaram muito bem e Franco Balbi é um dos grandes armadores da competição. Davi e Crescenzi fecham o plantel, que não deverá sofrer alterações até o fim da temporada.
Mudanças no time: não há informações oficiais.
Sesi Franca
Após um início de temporada um pouco complicado, principalmente no primeiro turno do Paulista, o Sesi Franca vive um período de lua de mel com seu torcedor. Também, pudera, com a liderança isolada do NBB e boas chances de levar a Liga Sul-Americana contra o Instituto de Córdoba.
Mesmo sem Hettsheimeir durante boa parte desse período, a equipe se virou muito bem com as grandes atuações de David Jackson, Lucas Dias, Elinho, Alexey e Didi, muito bem apoiados por Jimmy, Cipolini e André Góes. Por conta disso, nada indica uma mudança na capital do basquete. Contudo, com o grande investimento feito pelo Sesi, aliado ao sucesso recente da equipe, não seria uma surpresa a aparição de um nome de peso pelos lados do Pedrocão.
Mudanças no time: não há informações oficiais.
Joinville/AABJ
A equipe catarinense é o time Robin Hood da temporada. Ao passo que consegue importantes vitórias contra Bauru e Botafogo, além de engrossar muito o duelo contra o Flamengo, algumas derrotas, como a para o Brasília, impediram o time de figurar numa posição mais alta. Ainda assim, a oitava posição é interessante para o time, que busca se manter entre os oito primeiros para conseguir ir ao Super 8.
As boas atuações de Cook, irmãos Vezaro, Socas e os quatro pivôs já receberam a companhia de Eric Laster, ala que teve uma passagem relâmpago pelo Basquete Cearense na última temporada. Agora, recebe mais um voto de confiança em solo brasileiro e busca elevar o patamar da equipe comandada por Daniel Lazier. Também foi confirmada a chegada do terceiro gringo do time: o armador Ahmad Starks, que já atuou na Suécia, Austrália e Canadá.
Mudanças no time: chegada de Eric Laster (ala) e Ahmad Starks (armador).
Minas Tênis Clube
Mais uma temporada da equipe mineira conseguindo montar um bom plantel mesmo diante do orçamento limitado. Gegê, Wesley e Jefferson Campos renovaram e chegaram um bom conjunto de pivôs e um interessante trio de americanos. Deles, Coleman é o mais regular, conseguindo o posto de cestinha da equipe. Os outros, Che Bob e Sam Daniel ainda são bem jovens e oscilam entre atuações monstruosas (como os 36 de eficiência de Daniel diante do Vasco) e outras bem mais discretas.
Ainda assim, as atuações pareciam ser suficientes para a manutenção do plantel, sem novas aquisições ou dispensas. Porém, tudo mudou. A equipe mineira, conforme anunciado pelo blog Ultras da Arena, acertou a contratação do ala/armador Leandrinho, que estava sem clube. Assim, o time busca subir um patamar entre as demais equipes do NBB. Afinal, além da já conhecida qualidade do ala/armador, o elenco mineiro não possuía um atleta com suas características.
O elenco do Minas, contudo, possui apenas nove adultos (dez, com Leandrinho), não podendo nem pensar em sofrer com lesões destes atletas ao longo da temporada.
Mudanças no time: Chegada de Leandrinho (ala/armador).
Mogi das Cruzes/Helbor
Se levarmos em consideração a temporada do NBB em sentido amplo, com as 14 equipes, o desempenho mogiano não vem sendo ruim. Porém, o problema está nos confrontos contra adversários diretos. Todas as quatro derrotas até aqui na competição foram para adversários que estão acima na classificação – venceu apenas o Paulistano, na primeira rodada. Ainda assim, permanece na briga pelo G4 e deve se garantir no Super 8.
A equipe não acena para reforços neste meio de NBB, mas se compararmos o Mogi com os demais adversários, há certa carência. O quinteto titular mogiano vem bem – JP Batista, Shamell e Gui Deodato são protagonistas, mas Gruber e Arthur Pecos também aparecem com qualidade. Do banco, Cafferata é o sexto homem e destaque em alguns jogos, mas os outros atletas da rotação não estão fazendo grandes apresentações.
Mudanças no time: não há informações oficiais.
Paulistano
Com o peso de defender o título da última edição do NBB, o CAP vem se mantendo entre as quatro melhores equipes da competição. Os destaques do time do técnico Régis Marrelli são Léo Meindl, Yago e Roquemore, três atletas com a infiltração e o chute do perímetro como características. Apesar disso, o garrafão conta com bons jogadores, o que deixa o clube do Jardim América bastante satisfeito com o elenco que tem em mãos.
Por outro lado, a lesão de Yago, pouco antes da parada para os jogos da seleção, expôs a falta de mais um armador no plantel. Isso piora se observarmos que Georginho, inegavelmente o reforço mais badalado antes da temporada no Paulistano, passa por altos e baixos, ainda não consolidado dentro das características da equipe. Segundo o Café Belgrado, Ronald Ramón está próximo da equipe.
Mudanças no time: não há informações oficiais.
Pinheiros
A saída de Holloway ao fim da última temporada passou longe de ser um grande trauma para a equipe. Ao invés de manter a equipe com um protagonista vistoso e Bennett como carregador de piano do time, chegaram Dawkins, Isaac e Betinho, que junto de Bennett foram a espinha dorsal da equipe entre os atletas mais baixos. Toledo e Carbonari têm conseguido inúmeras atuações de destaque, sempre apoiados por Ware e Ruivo, Gabriel e o jovem pivô Mamedes.
O recente título da LDB, conquistado de maneira incontestável mostra que não só o futuro pode ser promissor, como alguns jogadores do elenco, como Ruivo (MVP das finais) e Mamedes podem ter mais minutos e desenvolvimento na equipe profissional. A quarta posição no NBB não deixa dúvidas: a temporada está sendo muito proveitosa para a equipe. Assim, qualquer mudança é extremamente improvável no momento.
Mudanças no time: não há informações oficiais.
São José Basketball
Pelo baixo investimento em comparação às outras equipes, era de se esperar que o retorno da Águia do Vale ao NBB fosse disputado na parte de baixo da classificação. Ainda assim, a equipe joseense mostrou fibra em alguns momentos, com destaque para a grande vitória sobre o Sendi/Bauru, em plena Panela de Pressão. Com um elenco de atletas experientes, alguns um tanto subvalorizados no basquete nacional, São José tem uma média de pontos maior que algumas equipes da competição, mas ainda assim é o penúltimo.
Visando melhorar essa situação – pelo menos para não ser rebaixado –, a equipe busca mudanças. A primeira delas foi a troca de Que Johnson (norte-americano que nem chegou perto de decidir jogos pro time) por um velho conhecido da torcida: Dedé Stefanelli, ala com passagem de quatro temporadas pela Águia, cujo último time foi o Vasco.
Mudanças no time: chegada de Dedé Stefanelli e saída de Que Johnson.
Vasco da Gama
A instabilidade política vascaína tem levado o clube a obter alguns resultados desastrosos em várias modalidades. No basquete, após o fracasso na última temporada, a equipe foi completamente remodelada, mas os problemas não terminaram. Holloway foi a grande contratação, mas não durou muito tempo em São Januário sem receber os salários e logo foi para a Argentina. Para seu lugar chegou Okorie, que tem se confirmado como o maior nome da equipe, ao lado de Duda Machado, Vithinho e Gemerson.
Para a segunda metade da temporada, chegaria o ala/pivô Travis McKie. Contudo, diante da possibilidade de aquisição de dois conhecidos atletas livres no mercado, a contratação foi desfeita. Em seu lugar desembarcaram no Rio de Janeiro Caio Torres e Deonta Stocks. Os dois nomes, já muito bem familiarizados com o basquete nacional, têm potencial para levantar o patamar do time. Resta saber como será esse encaixe dentro de quadra, já que não há muito tempo para entrosamento e a necessidade de resultados é grande.
Mudanças no time: chegada de Caio Torres (pivô) e Deonta Stocks (ala/armador).
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