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2017/06/19 0 0

PRA FICAR NA MEMÓRIA

A história do quinto jogo das finais do NBB 9

Por Bruno Ribeiro | Fotos: Lucas Guanaes

É, torcedor bauruense. Já caiu a ficha de que o Dragão faturou a taça do NBB? Pois bem. Passado o calor da conquista e as merecidas comemorações (com direito à tradicional carreata na Avenida Getúlio Vargas), trouxemos um breve resumo do que rolou no histórico e decisivo Jogo 5 das finais – além das entrevistas e falas emocionadas dos campeões.

O jogo

A vitória pelo elástico placar de 92 x 73 elucida algo que o próprio Gustavo De Conti havia dito à Locomotiva após a derrota do Paulistano no Jogo 3: “o normal é o Bauru jogar 10, 15, 20 pontos na frente, e não a gente”. E para que a superioridade técnica fosse refletida no resultado dentro de quadra, o técnico Demétrius Ferracciú manteve a estratégia defensiva das duas partidas anteriores. Isto é, trocar a marcação após os bloqueios no homem da bola.

Com os bauruenses fechando bem os espaços e minando a confiança de Georginho, Pecos e Yago nas infiltrações, a alternativa dos alvirrubros foi explorar Renato Carbonari dentro do garrafão. Não que o jogo de costas para cesta seja sua principal arma, mas o ala-pivô obteve sucesso devido à vantagem de altura e força física em algumas situações – principalmente quando foi vigiado por Valtinho ou Gegê.

O problema foi que, do outro lado da quadra, Bauru soube rodar a bola à procura do melhor arremesso – seja com pick’n rolls utilizando Shilton, infiltrações de Alex e Léo Meindl ou tiros de foras com Jefferson. As bolas longas, aliás, foram um grande trunfo na vitória, já que os chutes caíram até mesmo quando foram contestados pela defesa rival. E os números provam: foram 26 tentativas do Dragão, sendo 13 delas bem-sucedidas (50%).

Mesmo quando o duelo esteve equilibrado, a equipe do Paulistano não conseguiu ter a liderança do placar em nenhum momento do jogo. Assim, quando Alex Garcia comandou os mandantes no terceiro quarto (foram 11 pontos anotados pelo Brabo na parcial), Bauru foi para os 10 minutos derradeiros vencendo por uma vantagem de 14: 67 x 53.

Sem dar brechas para o azar, os comandados de Demétrius mantiveram a mesma postura soberana do quarto anterior: brigando por cada bola como se fossem eles quem estavam atrás no placar, mas, na mesma medida, dosando o ritmo do jogo quando o time precisou respirar. Arthur Pecos foi eliminado com cinco faltas. Renato Carbonari já não conseguia se impor na área pintada. Os demais jogadores amassavam o aro nos chutes de três. Com cerca de cinco minutos por jogar e com a vantagem na casa dos 20, só mesmo uma tragédia tiraria a taça das patas do Dragão.

Quando o cronômetro estourou indicando o fim da temporada, atletas e comissão técnica partiram para o abraço entre eles e com a arquibancada, que naquela altura já havia desentalado o grito de campeão da garganta. Fim de jogo: Bauru 92 x 73 Paulistano.

Abre aspas

Ao término do jogo e das premiações, os protagonistas da conquista se dividiram entre atender aos fãs com fotos e abraços e à imprensa com declarações. Uns estampavam sorrisos enormes, como Jefferson e Alex. Outros, comemoravam mais timidamente, no canto, com a família, como Valtinho. E também tinham aqueles que mal conseguiam formular as frases, tamanho o choro e a emoção, como Gui Deodato.

“Não dá pra falar o que eu tô sentindo. Foi o campeonato mais difícil, mais disputado, que foi abrindo e dando brecha pra gente poder chegar do jeito que a gente chegou. A equipe foi humildemente trabalhando, acreditando… E sabe o que é legal? Eu sempre joguei com a 9. Minha vida inteira eu joguei com a 9. E hoje estamos conquistando o título do NBB 9. É muita coisa pra mim.

O troféu é pra consagrar. É aquela coisa: se a gente perde, eu sou o errado, eu sou o técnico ruim. Mas quando ganha é essa maravilha. O importante é a gente comemorar. Não tenho mágoa com ninguém, sei que eu fui muito questionado, mas acredito muito no meu trabalho, na minha filosofia, e é isso que eu vou levar pra gente comemorar.

Esse time, a partir do momento que a gente começa a ter confiança, ele se transforma. Nos transformamos em vários momentos da competição. Quando perdeu jogador, quando perdeu dois jogos em casa no final do ano e fomos vaiados, quando o Hettsheimeir foi embora…Então acho que tudo isso foi calejando a equipe. E a partir do momento que encaixou no sentido de ‘é esse o time?!’, a gente conseguiu dar um padrão de jogo, uma estrutura, e os jogadores acreditaram até o final”. – Demétrius Ferracciú, técnico do Bauru

“É especial demais. São momentos impagáveis, que a gente luta o ano inteiro pra passar por isso. Eu tô absurdamente feliz. A cidade vinha batendo na trave há muito tempo, mas hoje a gente pode gritar que é campeão. Temos que ser totalmente gratos a essa torcida maravilhosa, se não fossem eles, talvez a gente não conseguiria”. – Gui Deodato, ala do Bauru

 

“É uma satisfação muito grande. É o reconhecimento de muito tempo de trabalho, mas agora é nosso! A gente conseguiu!” – Vitinho Jacob, diretor técnico do Bauru

 

“Eu sempre me propus a fazer o que era preciso pra ganhar. Esse ano precisou de um pouco mais de protagonismo do que no ano passado, e foi isso que eu tentei entregar dentro de quadra. Mas acho que superação é a palavra. A gente passou por muitas dificuldades, perdemos jogadores, mas continuamos firmes, batalhando muito, treinando muito, e agora conseguimos chegar onde a gente queria”. – Léo Meindl, ala do Bauru

“Tô feliz demais por esse momento. O time se superou, ainda mais depois de um 2 a 0 contra. E só venceu hoje porque a defesa foi guerreira. A defesa marcou muito. E quando teve a bola na mão, o time teve uma porcentagem monstruosa. Foi mais do que merecido”. – Alex Garcia, ala-armador do Bauru

 

“A gente treina o ano inteiro pra isso. É realmente um sacrifício. Não só pra nós, pro Paulistano também. Não tiro o mérito deles não. Mas esse ano era a nossa vez. A gente tava melhor, conseguiu reverter aos poucos, todo mundo contribuindo na hora certa. Meu último título tinha sido com o Brasília, lá no NBB 2. Depois fui vice, mas finalmente agora voltei a ser campeão.

 

Se vou parar ou não, vou conversar com a minha família primeiro, porque não sou só eu, né. Eles também se sacrificam muito com a gente jogando. Então vou ver certinho e depois decidir com calma”. – Valtinho, armador do Bauru

“Estou muito feliz pela conquista, é meu 5° título consecutivo. Mostra a força de trabalho da equipe, o empenho. Agradeço à minha família, que sempre esteve do meu lado, minha esposa que não mediu esforços com a gestação sozinha, sabendo da importância disso para mim. Fico muito feliz. Ser o primeiro atleta pentacampeão consecutivo com 26 anos é uma proeza pra muito poucos.

É superação. Desde as quartas de final. A gente perdeu o primeiro jogo pra Brasília em casa, escutamos muita coisa que falaram, que não acreditavam na gente. Ganhamos os dois jogos lá, viramos a série e contra o Pinheiros foi a mesma coisa. Eles abriram 2 a 0 e nós viramos a série. Na final, mais uma vez, viramos.

A palavra é superação, esse time está de parabéns. Tivemos muitos problemas extra-quadra, perda de jogador, problemas financeiros, enfim. Tem que parabenizar esse grupo pela dedicação, pelo empenho. Essa cidade merecia gritar ‘é campeão’, está entalado na garganta há um bom tempo. Quando eu cheguei fui muito cobrado disso, porque estava do outro lado. Agora estou muito feliz de poder soltar esse grito”. – Gegê, armador do Bauru

 

“É bom demais. Foi um trabalho do ano inteiro, foi duro. Nós sabemos das dificuldades, mas a grande vantagem da equipe é que mesmo com todas as dificuldades, não ficamos focados nelas. Focamos no nosso trabalho. Enquanto todos desacreditavam na gente, de um ou outro jogador, a gente só se importou em trabalhar mais um dia. Hoje é o resultado final.

[Todas as viradas nos playoffs] Com certeza é histórico. Mas não só histórico. É muito importante pra mostrar que essa equipe tem toda uma comissão por trás. Enquanto a gente começou perdendo pra Brasília e começaram os rumores de que era uma equipe velha, cheia de veteranos, não tivemos dúvidas do trabalho do nosso preparador físico, o Bruninho.

Acho que se tem uma coisa que demonstrou que não só os jogadores, mas toda a comissão estava realmente pronta e focada no título, foram essas viradas. Lógico que tem a parte técnica, tática, mas fisicamente a gente sobrou nas finais”. – Shilton, pivô do Bauru


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Interessado pela cultura do futebol - como todo brasileiro é. Encantado pela sublimidade do basquete - como todo brasileiro deveria ser.

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